Quando o assunto é distribuição de cargas refrigeradas, esta é uma operação que exige uma série de cuidados especiais, além de um bom planejamento a fim de evitar perdas e contaminações, que certamente comprometem a integridade desse tipo de produto. A partir disso, vale ressaltar que os órgãos de fiscalização do setor são extremamente rigorosos, por isso, torna-se extremamente necessário conhecer todas as normas envolvidas neste processo.
Neste contexto, são exemplos de cargas refrigeradas determinados tipos de medicamentos e alimentos, que carecem de temperatura adequada durante todas as fases de sua distribuição.
Sendo assim, a mais recente resolução que envolve esse tipo de operação, a RDC 430/2020 da Anvisa, estabelece novas regras sobre as boas práticas de distribuição, armazenagem e de transporte de medicamentos. Os quais têm como objetivo a melhoria da qualidade no processo logístico e a segurança em todas as etapas.
Diante disso, para entender melhor sobre o assunto, a seguir, explicaremos como funciona a distribuição de cargas refrigeradas e o desafio da RDC 430, nova resolução da Anvisa. Acompanhe:
O que é carga refrigerada?
A carga refrigerada é aquela que requer condições climáticas especiais durante sua distribuição, com intuito de evitar seu perecimento e assegurar que cheguem em boas condições ao destino final. Desta forma, de acordo com a Anvisa, são classificadas como cargas refrigeradas:
- Carnes, aves, peixes e derivados;
- Laticínios;
- Gelo em cubos;
- Frutas, legumes e verduras;
- Ovos em casca ou processados;
- Leveduras e fermentos;
- Medicamentos;
- Alimentos congelados em geral.
Neste sentido, há duas técnicas de conservação para realização adequada dessas cargas: a refrigeração e o congelamento. Na primeira opção, os alimentos têm menor tempo de conservação, sem que suas propriedades naturais, sensoriais e valor nutricional se perca.
Já quanto ao congelamento, processo que transforma água em gelo, é um tipo de armazenamento mais duradouro. Com isso, os produtos têm uma vida útil mais longa.
Afinal, como é realizado o transporte de cargas refrigeradas?
Geralmente, o transporte de cargas refrigeradas é realizado em veículos que possuem câmara fria, o qual garante a temperatura ideal a ser mantida ao longo de toda rota, a fim de manter a durabilidade desses produtos.
No caso de cargas de maior porte são utilizados caminhões, enquanto os produtos menores são distribuídos em veículos de menor porte, desde que tenha capacidade de manter as condições que os produtos precisam.
Por se tratar de itens perecíveis, as cargas refrigeradas não costumam ser transportadas em longas distâncias.
Regulamentação para o transporte de cargas refrigeradas
A NBR 14701/2001 que está em vigor desde 2002 foi criada justamente para regulamentar o transporte de cargas refrigeradas. Desse modo, entre os principais pontos abordados podemos destacar:
- A câmara fria dos veículos precisa estar com a temperatura ideal estabilizada pelo menos 15 minutos antes do embarque da mercadoria.
- Os processos de carga e descarga carecem de realização rápida para evitar que os produtos sofram alteração na temperatura.
- A temperatura dos produtos deve ser medida antes do embarque.
- Recomenda-se o uso de cargas paletizadas facilitando o processo de carga e descarga.
- O manuseio dos produtos, como seleção e agrupamento, deve ser realizado em ambiente com a temperatura adequada.
Quais são os principais desafios na distribuição das cargas refrigeradas?
Entre os principais desafios na distribuição das cargas refrigeradas, tem-se, por exemplo, a grande extensão territorial do país, somada à falta de infraestrutura adequada. Dessa forma, isso não somente aumenta o tempo de viagem, como aumenta os riscos de perda das mercadorias.
Além do mais, o sucesso de todo processo logístico envolve decisões assertivas e o bom planejamento, que devem avaliar corretamente o prazo de validade da carga, traçar uma margem de segurança contra eventuais imprevistos do transporte e, então, definir o melhor percurso.
Outro ponto importante, é referente às exigências impostas pelos órgãos de fiscalização, pois quando as normas estabelecidas não são devidamente cumpridas, empresas podem ser penalizadas. Como é o caso, por exemplo, da nova resolução da Anvisa, a RDC 430.
O que é a RDC 430/2020 e quais são seus objetivos?
A RDC 430/2020 é a sigla da Resolução de Diretoria Colegiada número 430, de 8 de outubro de 2020, que dispõe sobre as Boas Práticas de Distribuição, Armazenagem e de Transporte de Medicamentos. O seu objetivo é regulamentar toda a cadeia logística e procedimentos que envolvem desde equipamentos a processos e validação de sistemas informatizados. Em função disso, entre os principais aspectos abordados pela RDC 430:
Recebimento – A cada processo de recebimento é necessário verificar e registrar a integridade da carga, os números de lote, data de validade, as quantidades recebidas em relação aos pedidos efetuados e notas fiscais recebidas. Além disso, as condições de transporte e armazenagem aplicáveis, incluindo requerimentos especiais de temperatura, umidade ou exposição à luz.
Expedição – os arquivos eletrônicos relacionados à expedição devem contar com informações como as situações de transporte e armazenagem aplicáveis, inclusive na identificação do veículo e número de série do instrumento utilizado para monitoramento ambiental, data da expedição ou recebimento e descrição dos medicamentos.
Outras informações incluem nome completo e documento de identificação do motorista; número da nota fiscal; número único para permitir a identificação da ordem de entrega; quantidade, números de lote e data de validade; razão social, endereço e CNPJ do destinatário; razão social, endereço e CNPJ do transportador.
Armazenagem e transporte de medicamentos – os medicamentos avariados devem ser retirados dos estoques e armazenados separadamente como reprovados. E as condições de armazenagem precisam seguir as especificações e orientações determinadas dos medicamentos.
Qualificação térmica – conforme a resolução, a qualificação térmica dos veículos de transporte e entrega precisam seguir as diretrizes propostas. Exige-se, por exemplo, o bom desempenho dos veículos e a obediência aos critérios estabelecidos pela normativa.
Como se adequar à RDC 430?
De modo geral, os controles logísticos exigidos pela Anvisa já estão inseridos nas rotinas das transportadoras que atuam neste setor. Contudo, saber como se adequar à RDC 430, é crucial para que as empresas responsáveis pela distribuição destes produtos garantam mais segurança aos pacientes. Um dos principais critérios normativos é a qualificação das rotas, o que garante mais qualidade no controle de monitoramento da temperatura. Sendo assim, entende-se que as tecnologias são um importante diferencial para que os processos tenham maior índice de confiabilidade. Logo, essa é uma estratégia que ajuda na gestão e contempla diretamente as boas práticas no transporte, armazenamento e monitoramento de medicamentos.
Portanto, a distribuição adequada das cargas refrigeradas segue alguns critérios normativos que visam garantir a integridade e segurança desses produtos. E com resoluções como a RDC 430, mesmo que seja uma operação criteriosa e desafiadora, agrega valor em todas as etapas, gerando maior confiabilidade e qualidade nos serviços prestados.
A TCE Logística Urgente possui soluções personalizadas para atender as necessidades de cada cliente, com infraestrutura completa. Assim, nossa empresa tem se preparado fortemente para entregar soluções também para o setor de fármacos, com tecnologia voltada para a atividade e todas as licenças necessárias.